Em plena tamporada deste ano um dos ícones mais expressivos da bohemia de Paraty foi brutalmente terminado, sem dó nem pré aviso. O Fechamento do Dinho Bar deixou um vazio enorme e dezenas de orfãos da noite, que agora preambulam pelo Centro Histórico sem ter onde ir, encontrar os amigos ou se divetir como nunca se divertiram. No Dinho Bar em Paraty, por pouco, quase nada, podiam viver algumas das melhores baladas e sonhos como se estivessem em Ibiza ou no Caribe, até melhor na minha modesta experiencia. Parece futil, mas não é. Paraty é uma cidade de turismo, com um patrimonio historico e natural unicos que precisa de pessoas, que moram aqui ou que nos visitam para ter vida. Dinho Bar com uma longa história de encontro de pessoas que tinham de mais comum entre elas un grain de folie, era o ultimo bastião deste sentimento e vai deixar saudades. Tristemente me lembra fim do Rock and Roll, dos Hippies, da Disco e antes deles tantos outros movimentos sociais que pareciam loucos mas ficaram na nossa cultura para sempre. Não era o lugar em sí, nem a musica, nem a bebida eram as pessoas que não se juntam mais em nehum outro lugar em Paraty, não da mesmo forma.
Fisicamente o Dinho´s como era chamado não era grande coisa. Bem localizado no Centro Historico perto da Praça e ao lado do tradiconal Coupê, era passagem obrigatória de quem passeava pela cidade. Por fora, uma construção meio caida, com a arquitetura classica da Cidade, janelões grandes e uma porta para uma rua estreita e de pedras. Nos dias de agite parecia um formigueiro de gente, esperando para entrar ou só fazendo um esquenta ou ainda algumas meninas esperando um convite. Por dentro mais parecia uma gruta, com iluminação difusa , moveis rusticos e pesados, dois balcões, uma cozinha aberta com forno de Pizza recém inaugurado. No fundo do salão , uma especie de palco onde tocava musicos de todo calibre. Os banheiros, ah os banheiros meus amigos, eram um capitulo a parte.Precisava muita coragem ou muita precisão para entrar nesses waters para não usar outras palavras. Eram simplesmente um assinte. E no fundo ainda, perto dos waters os apartamentos do Dinho onde poucos entravam , em geral só mulheres , nunca as mesma e sempre a convite do dono e por pouco tempo.
Fisicamente o Dinho´s como era chamado não era grande coisa. Bem localizado no Centro Historico perto da Praça e ao lado do tradiconal Coupê, era passagem obrigatória de quem passeava pela cidade. Por fora, uma construção meio caida, com a arquitetura classica da Cidade, janelões grandes e uma porta para uma rua estreita e de pedras. Nos dias de agite parecia um formigueiro de gente, esperando para entrar ou só fazendo um esquenta ou ainda algumas meninas esperando um convite. Por dentro mais parecia uma gruta, com iluminação difusa , moveis rusticos e pesados, dois balcões, uma cozinha aberta com forno de Pizza recém inaugurado. No fundo do salão , uma especie de palco onde tocava musicos de todo calibre. Os banheiros, ah os banheiros meus amigos, eram um capitulo a parte.Precisava muita coragem ou muita precisão para entrar nesses waters para não usar outras palavras. Eram simplesmente um assinte. E no fundo ainda, perto dos waters os apartamentos do Dinho onde poucos entravam , em geral só mulheres , nunca as mesma e sempre a convite do dono e por pouco tempo.
Os frequentadores, estes sim merecedores de um estudo sociologico especial para analisar os efeitos da miscigenação das classes sociais em abiente propício. La se juntavam a jeunesse dorée paulistana as deusas cariocas e seus garotos surfistas, a elite local e visitante, as piriguetes da cidade ou turistas, backpackers do mundo inteiro, lindas nordicas e rapazes chamados de gringos, sonho das meninas de Paraty que muitas vezes eram levadas para casar em terras distantes voltando alguns anos mais tarde com lindas crianças loirinhas e falando idiomas estrangeiros como Noruegês, Alemão, Francês e principalmente Italiano. Ja os toy boys partiam para o Reino Unido e o Rio de Janeiro.
Não havia barreira de idade, sexo, côr, religião ou principalmente tribus e muito menos pudor social. Quem estava no Dinho´s era in naquela noite, naquele momento, e não importava se um era empregado do outro, marinheiro e dono de embarcação, garçom e dono de restaurante ou pousada ou ainda piloto e dono de aeronave. Isto sim era socialismo, o resto, como todo mundo sabe é pura balela. O resultado desta mistura fina era que todo mundo se comportava de forma livre e espontânea, se soltava ou ainda em alguns casos soltavam a franga, sem um regard de reproche ou de julgamento por parte dos outros. Falava-se todas as linguas do mundo, todos os sotaques e girias do Brasil, dancava-se todos os ritmos conhecidos e alguns até desconhecidos a um som tocado por conjuntos de musica ou ainda DJ´s, alguns bons e outros nem tanto, o que não mudava nada. As vezes a noite era tranquila, e podia até ser num fim de semana, as vezes podia se deslanchar as maiores loucuras em plena segunda-feira, ninguem sabia quando nem porque, se era algum alinhamento estelar ou qualquer outro fenomeno inexplicável. Em alguns casos o frenesi se transformava em cenas felinianas digno do saudoso Dama da Noite.
Quantas vezes passei rapidamente pelo Dinho´s para um drink vite fait para acordar no dia seguinte em alguma embarcação desconhecida junto a pessoas mas desconhecidas ainda. Sem duvida o maior cliente do Dinho´s era o proprio Dinho, que com a ajuda de seus fieis escudeiros, dois garçons/barmen , um cozinheiro Italiano e um leão de chacara/Surfista, tocava o estabelecimento de forma a ser quem mais se divertia nele. Ele estava em todas, atras do balcão, servindo mesas, dançando freneticamente ou ainda chavecando uma gringa na sua propria lingua com o uso linguistico multinacional que ele fazia com as mãos. Via de regra levava a presa para o seu veleiro vintage Herreshoff e se valesse a pena, a moçinha ganhava um estagio no Dinho´s Bar.
Olha gente, parece exagero de minha parte mas falando sério, para este velho leão, o Dinho Bar merece um lugar no Panteão dos melhores do mundo, dos que eu conhecí, Studio 54 em Manhatan, João Sebastião Bar e Hippopotamos em São Paulo, Black Horse e Jirau no Rio de Janeiro, Pacha em Ibiza, Chez Regine e le Sept em Paris alem do Anabells em Londres e o Pedras em Lisboa. Para mim o Dinho Bar foi um dos lugares mais divertidos do mundo, mais exotico, mais autentico e onde melhor me sentí.
Merci Dinho.